A escleroterapia é um tratamento em que injetamos uma substância no interior da veia para provocar o seu fechamento, ou seja, para “secar a veia”.
O uso de medicações na forma de espuma tem se popularizado nos últimos anos como opção de tratamento para as varizes mais grossas, em detrimento da cirurgia. Mas, como qualquer tratamento, a espuma tem seus riscos e benefícios.
Como é feita essa espuma?
No Brasil, a espuma geralmente é produzida utilizando uma medicação chamada de Polidocanol. Utilizamos duas seringas conectadas por um dispositivo chamado “three way” ou três vias. Realizando movimentos sequenciais entre as seringas passando o remédio através do “three way” a espuma é produzida.
O tratamento é feito com a injeção dessa espuma dentro da veia, as vezes sendo necessário a utilização do aparelho de Ultrassom dependendo da localização e profundidade da veia a ser tratada. Se necessário é realizado anestesia local antes da aplicação.
No entanto, a efetividade do tratamento com espuma para varizes mais grossas não é tão boa quanto à cirurgia, com taxa de recanalização( ou retorno ) da veia tratada de cerca de 30% em 1 ano.
Além disso, o tratamento das varizes com espuma pode levar a complicações como a trombose venosa profunda, embolia pulmonar, flebites ou inflamação das veias, manchas escuras na pele e feridas.
As complicações mais graves, relacionadas a trombose são muito raras, menores do que 1%. Já a hiperpigmentação da pele (manchas escuras) é bem mais comum, causando um incômodo estético ao paciente, em até 30% dos casos. Um procedimento complementar de drenagem de “coágulos” pode ser necessário após alguns dias das aplicações de espuma.
Concluindo, o tratamento com espuma para varizes é uma boa opção, mas precisa ser bem indicado e realizado por profissional que tenha experiência com o tratamento e saiba tratar as suas possíveis complicações.
Artigo escrito por Dra. Viviane Queli Alcântara, médica Angiologista e Cirurgiã Vascular da Clínica Angiomaster.